MDOC com 33 filmes de 23 países em competição

MDOC 2025: Melgaço recebe 33 documentários de 23 países entre 28 de julho e 3 de agosto

De 28 de julho a 3 de agosto, todas as rotas do cinema documental vão dar a Melgaço. Na 11.ª edição, o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço exibe 33 filmes (17 longas-metragens e 16 curtas e médias-metragens), provenientes de 23 países (Portugal, Espanha, Estados Unidos, China, Canadá, República Checa, França, Síria, Países Baixos, Líbano, Ucrânia, Dinamarca, Irlanda, Alemanha, Irão, Suécia, Lesoto, Catar, Arábia Saudita, Egito, Polónia, Geórgia e Iraque) candidatos aos Prémios Jean-Loup Passek e D. Quixote e, pela primeira vez, ao cobiçado Prémio FIPRESCI, atribuído pela Federação Internacional de Críticos de Cinema.

Assumindo de novo as grandes questões da Identidade, Memória e Fronteira, o MDOC 2025 propõe-nos um olhar plural sobre o mundo em convulsão: dos ecos do Holocausto em Bedrock, de Kinga Michalska, à resistência quotidiana de uma mulher em guerra em Flowers of Ukraine, de Adelina Borets; do retrato das tradições do Entrudo de Lazarim em O Diabo do Entrudo, de Diogo Varela Silva, à elegia visual sobre a cidade síria de Homs em My Memory Is Full of Ghosts, de Anas Zawahri; das reminiscências coloniais que continuam a moldar o presente em Ancestral Visions of the Future, de Lemohang Jeremiah Mosese, à reconstrução de vidas de mulheres refugiadas em Portugal em Kora, de Cláudia Varejão.

As fronteiras, sejam elas geográficas, culturais ou sociais, atravessam igualmente títulos como Afterwar, de Birgitte Stærmose ou Cutting Through Rocks, de Sara Khaki, sobre a primeira vereadora eleita numa aldeia iraniana que desafia velhas tradições patriarcais.

A programação estende-se muito para lá da competição oficial. “O Homem do Cinema”, documentário de José Vieira que homenageia Jean-Loup Passek, tem estreia nacional fora de competição. O Fora de Campo regressa com o Curso de Verão “Cinema e Território”; as residências Plano Frontal apresentam quatro novos documentários e três projetos fotográficos; o projeto “Quem somos os que aqui estamos?” prossegue o mapeamento etnográfico da freguesia de Alvaredo; o coletivo VIVODOC reúne festivais europeus para debater colaborações futuras; e o ciclo X-RAYDOC confronta-nos com clássicos documentais de Chris Marker e Joris Ivens. No Museu de Cinema Jean-Loup Passek inaugura-se “Lágrimas de Ferro”, exposição de cartazes e fotografias de filmes de guerra do Leste europeu (1939-45), sublinhando o cinema como ato de resistência e memória.

Masterclasses e oficinas completam a oferta formativa: Margarida Cardoso partilha o seu processo criativo em “Perdidos e Achados”, enquanto Sandra Ruesga conduz “Explorando o Eu: Cinema Auto-referencial e Identidade”.

Desde 2014, o MDOC — organizado pela AO NORTE em parceria com a Câmara Municipal de Melgaço — constrói um arquivo audiovisual sobre a região e convida o público a refletir sobre os desafios contemporâneos através do cinema do real. Em 2025, com a estreia do Prémio FIPRESCI e uma programação que cruza geografias, memórias e futuros possíveis, reafirma-se como ponto de encontro mundial do documentário.

Programa completo em: www.mdocfestival.pt.